Gênero:
Ação/Aventura - Fabricante: Konami - Distribuidor: Konami - Site:
N/D -
Lançamento: 21/10/1998
No
ano de 1998, as produtoras japonesas ainda estavam com tudo em cima e dominavam
o mercado. Também, não era à toa. No mesmo período, a Namco lançava Tekken 3, a Capcom lançava Resident
Evil 2 e a Square (ainda sem Enix) lançava Xenogears, que estreou o Baú dos
Clássicos. Para não reclamar do ocidente, a Blizzard lançava o eterno
Starcraft.
Depois
de três anos desenhando, dirigindo e escrevendo o roteiro de Metal Gear Solid,
nosso gênio dos games Hideo Kojima finalmente pôde lançar aquele que se
tornaria o maior título de espionagem da história do PlayStation, Metal Gear
Solid. O Solid, de sólido, no título, representa o formato do game, pela
primeira vez tridimensional. Esta era a segunda sequência direta para o
primeiro Metal Gear, lançado em 1987 para o MSX2 (um computador), recebendo no
ano seguinte uma adaptação para o NES 8 Bits. Isto porque já havia sido
lançado, em 1990, para o mesmo console, Metal Gear 2: Solid Snake.
Quem ainda não conferiu, não sabe o que está
perdendo. O game original era dos melhores e já apresentava tudo aquilo que
aprendemos a amar desde o PSX, como o rádio Codec, as missões furtivas, os
itens únicos, o enredo cativante e, é claro, o super-poderoso Snake. Quem
quisesse chegar ao fim da aventura teria de decorar o jogo de cabo a rabo, pois
o menor erro não era perdoado.
O
curioso é que o game de PSX foi inicialmente projetado para o 3DO, porém, com o
lançamento do console da Sony, o mais antigo foi deixado de lado. Só temos a
agradecer!
FOXHOUND e Solid Snake
Sabemos
que o enredo da série Metal Gear não é o mais simples do mundo. Na realidade, muitas
brechas têm de ser preenchidas pela nossa imaginação, mas nada que um pouquinho
de explicação não resolva.
O
primeiro Metal Gear Solid começa seis anos após os acontecimentos de MG2, do
MSX2. A FOXHOUND, uma divisão de operações secretas do exército dos Estados
Unidos, descobre que em uma ilha do Alaska, apelidada de Shadow Moses, está
abrigada uma poderosa arma nuclear chamada Metal Gear REX. Forças terroristas
desconhecidas estão no controle desta ilha e ameaçam o governo americano com o
REX, caso não recebam os restos mortais de um terrorista chamado “Big Boss” em
menos de 24 horas.
É aí
que Solid Snake é mandado pela FOXHOUND ao local, mesmo embora já esteja
aposentado, para neutralizar a ameaça. A divisão tem por especialidade realizar
missões de infiltração “solo”, para resolver conflitos locais. Seu treinamento
era o mais rigoroso possível, envolvendo testes físicos absurdos, como marchar
de um país a outro por 15 horas carregando uma mochila de 30 quilos, até
conhecimentos em medicina, acontecimentos mundiais, montanhismo e muito mais.
Snake
foi mantido em prisão pelos líderes da organização, após se recusar a tomar
parte em mais uma missão. Sem escolha, ele tem de infiltrar a base terrorista
no Alaska através de um duto de ventilação. É neste ponto que o jogador começa
a controlar o soldado, tendo como primeira missão localizar e liberar dois
reféns naquele prédio. A partir daí, muito mistério vai prevalecer sobre a
história, que só terá seus detalhes revelados nas sequências dos anos
vindouros.
A Obsessão Pela
Perfeição
O
processo de criação de Metal Gear Solid foi um dos mais exigentes de sua época.
Kojima afirmava que, se o game não conseguisse convencer as pessoas de que
aquele mundo era real, não havia sentido em produzi-lo. Para
conseguir isso num hardware como o do PlayStation, nada melhor do que a ajuda
de profissionais. O pessoal da SWAT auxiliou diretamente a equipe de produção,
demonstrando veículos, armas explosivas e táticas militares. Um especialista em
armas também ajudou como consultor técnico do projeto. Nessa história, os caras
da Konami chegaram até a praticar sessões de tiro com armas de verdade. Um
capricho só.
O Resultado
Que
Metal Gear Solid consegue desbancar qualquer filme de ação, você já sabe. Mas,
o que o transformou num game tão único para o PlayStation? Elementos parecidos
com os do velho “Nintendinho”, em uma escala muito maior. Pela primeira vez no
gênero da ação, o objetivo não era correr e atirar em todos, mas sim fazer
exatamente o contrário. O jogador era incentivado, desde a primeira tela do
game, a agir furtivamente, não revelando nunca suas ações aos soldados
inimigos. Para aprender bem, na mesma primeira etapa de MGS, Snake estava
privado de qualquer arma de fogo, podendo apenas desmaiar seus inimigos.
Tudo
em MGS funciona perfeitamente. O sistema de seleção de itens e de armas foi tão
bem pensado, que acabou sendo usado pelo resto da série inteira, sem
alterações. Quando era necessário atirar em alguém, os controles não deixavam a
desejar. Eles também proporcionavam o suporte perfeito para todas as ações,
sendo impressionante poder realizar tantas delas com tão poucos toques.
Durante
o curto game (era possível terminá-lo em pouco mais de três horas), armas mais
poderosas eram adquiridas, mas apenas precisavam realmente ser usadas contra os
chefes. Todos os soldados terroristas poderiam ser evitados, com a técnica
certa de despistá-los ou, em casos mais extremos, de enforcá-los e prosseguir em silêncio. A
jogabilidade era mesmo revolucionária. Pense em qualquer game de ação que você
já jogou e responda. Numa situação de extremo perigo, qual dessas seria a sua
melhor opção: uma bazuca, uma submetralhadora com 30 tiros ou uma caixa de
papelão?
CQC
Nada
era mais útil ou inovador neste game do que o Close Quarters Combat. Outra
novidade de então que foi utilizada em todos os games subseqüentes, este
sistema permitia uma decente variedade de golpes corpo a corpo, desde o básico
combo de soco, soco e chute, que derrubava os oponentes ao solo, até a
possibilidade de prender os oponentes em um mata-leão, para ameaçar suas vidas,
ou até mesmo pôr fim a elas.
Trilha Sonora
As
músicas de MGS foram todas compostas pelo time residente da Konami, trazendo
uma das melhores trilhas para qualquer game da década de 90. As músicas se
encaixam perfeitamente à ação durante os chefes e são daquelas impossíveis de
esquecer. Nada como ter um CD da trilha sonora para perceber com calma a sua
beleza.
Igual, Não Há
Metal Gear Solid foi um game tão
inspirado para a sua época, que até o dia de hoje, muitos acreditam ser esta a
obra prima de Kojima. Com os chefes mais marcantes, personalidades e história
profundas, trilha sonora e jogabilidade de arrasar, é difícil discordar.
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