Square Enix: Mais mistérios que respostas
Conversa com Yasuhiro
Fukushima, fundador da antiga Enix e presidente honorário da Square Enix,
revela um pouco dos rumos que a produtora e publisher deseja seguir no futuro.
Brasil está nos planos da empresa
Agendar um bate-papo com uma figura tão importante para a
indústria mundial de games é sempre algo que gera expectativa e ansiedade.
Afinal de contas, há um mundo de perguntas em nossas cabeças, como bons fãs de
games que somos. Perguntas sobre nossas franquias favoritas, ou sobre ideias
que, intimamente, achamos boas para algumas produções, enfim, a conversa
poderia continuar por semanas a fio. Mas não foi bem isso que aconteceu. Bem
que tentamos desviar o caminho para assuntos mais comprometedores, mas o Sr.
Fukushima se reservou a garantir respostas sobre o que parece ser o plano da
empresa japonesa: instalar-se de vez no Brasil, dando asas à nossa indústria.
Não é um remake de Final Fantasy VII, mas é bastante animador mesmo assim.
Muito prazer, meu nome
é Futuro
A primeira conversa que tivemos com o Sr. Fukushima diz
respeito ao presente da companhia, e como este presente está influenciando as
decisões que serão tomadas no futuro a curto prazo. Alguns números foram
exibidos, mostrando a evolução que as plataformas móveis como Smartphones e
Tablets têm feito em vendas, principalmente em relação aos números de vendas
dos consoles de mesa tradicionais.
A subida da primeira comparada à descida da
segunda é impressionante. Baseado nisso, o presidente afirma: "Estivemos
(a companhia) focados em consoles por muito tempo agora. Agora, estamos
passando a investir forte nas plataformas móveis, bem como em jogos para PCs,
principalmente jogos sociais. Está acontecendo uma mudança de foco no segmento
da indústria, e pretendemos seguir esta tendência". Ainda:
"Acreditamos muito no mercado de Tablets, estamos convencidos de que esta
se tornará uma plataforma de games muito importante. Acreditamos também que os
PCs serão trocados pelos Tablets no caso dos usuários domésticos".
Mais do que isto, a empresa revela os seus planos de
expansão mundial, com palavras transparentes. "Estamos trabalhando em
nossa expansão internacional. Assim como há planos de abrir uma filial na
América Latina, nós também temos o plano de abrir uma filial na Índia, estamos
estudando o mercado da Indonésia e, também, o mercado Russo".
O Brasil, obviamente, está nos planos de expansão da
empresa. Basicamente, os planos sobre os quais Fukushima e seu intérprete
conversaram conosco revelam intenções claras da empresa. Elas dizem respeito à
instalação oficialmente no país como publisher, dando apoio a lançamentos
produzidos completamente em território nacional. "Acreditamos que um game
produzido por pessoas próximas aos jogadores aumente as chances de sucesso,
afinal, eles (os produtores) são os que melhor conhecem o mercado local. É
possível, portanto, que uma produtora japonesa lance um jogo de sucesso em
outra região, desde que os desenvolvedores sejam nativos da mesma. Alguns títulos têm apelo global, mas,
basicamente, o que faz maior sucesso em cada país é o conteúdo produzido em
cada país, valendo a regra para filmes, jogos ou qualquer outro mercado de
entretenimento". O exemplo usado foi a nossa indústria cinematográfica,
que, apesar de não ter todo aquele apelo global mencionado, rende bons frutos
internamente. Neste ponto, fomos avisados de que este era um pensamento pessoal
de Fukushima, não valendo para a voz da empresa oficialmente.
Neste momento, nossa equipe se mostrou preocupada com a infraestrutura
de nossos estúdios de produção. Estaríamos prontos para tanta confiança da
parte de uma empresa mundial? Afinal, somos um país em desenvolvimento e ainda
não contamos com acesso tão fácil à internet de alta velocidade, ou com acesso
à tecnologia de ponta, tão necessária para produzir games competitivos no
mercado. Sobre o assunto, fomos informados que "atualmente, o maior
problema é não haver um ambiente propício (no Brasil) para que as empresas de
desenvolvimento de games possam se arriscar na produção de títulos, mas que
este quadro deve mudar completamente dentro dos próximos três anos. O mesmo
pensamento se aplica para a questão da infraestrutura, ou seja, há três anos,
qual era a infraestrutura das empresas de telefonia no Brasil, e quão melhor é
a situação atual? Ou seja, nos próximos três anos, se esta questão não estiver
completamente resolvida, estará bem perto de suas plenas capacidades".
Gostaria de um DLC
com o seu Jogo?
A maneira com que a empresa vende seus games parece ser algo
que não está sujeito às mudanças pelas quais a mesma passará em breve. Ao ser
perguntado sobre a venda de DLCs, ou conteúdos para download, o Sr. Fukushima
foi bastante breve, afirmando que "quem vai decidir é o usuário, enquanto
esse tipo de modelo atrair compradores, ele deverá continuar".
Não Entendo
Apenas para constar, perguntamos a quem entende do assunto
sobre os rumores que foram espalhados em fóruns e em alguns blogs
especializados em games pela internet, que apontavam a um projeto exclusivo para
a Nintendo, que estaria sendo mantido em segredo. Pela reação de surpresa de
Fukushima à pergunta e pela resposta clara e objetiva (não sabemos de nada!), é
fácil acreditar que isto não passa de um mero boato.
Chega de Shooters?
Tivemos ainda tempo de ouvir as especulações de Fukushima
sobre assuntos mais teóricos, como os gêneros de games que fazem sucesso
atualmente. Ele afirma que "isto é algo cíclico, o público tende a
consumir mais de um gênero específico em determinada época, mudando de tempo em
tempo para outro gênero".
Antigos Tesouros
Para quem adora reviver seus games de alguns anos atrás, as
notícias são animadoras. Ainda sobre o mercado de telefones e outras
plataformas móveis, fomos informados de que conversões de títulos clássicos
estão, certamente, nos planos da Square Enix. "Conforme a tecnologia
avançar e os telefones começarem a receber processadores mais e mais poderosos,
existirá a margem para converter jogos de sucesso das últimas gerações".
Se você deseja ver seu título favorito da empresa no celular
ou em qualquer outra plataforma móvel, atenção, pode ser hora de mandar alguns
e-mails para a empresa. A afirmação acerca do assunto foi, novamente, muito
simples e direta. "Enquanto houver demanda da parte dos jogadores por
relançamentos de nossos títulos antigos de sucesso, haverá, certamente, a
conversão dos mesmos. Mais do que isso, acreditamos em manter as franquias
vivas, produzindo novos títulos baseados em franquias que já possuímos".
Este foi o momento apropriado para detonar a pergunta mais feita pelos nossos
leitores. Poderá Final Fantasy VII ganhar o tão sonhado remake? Mais uma curta
e grossa. "Não, isto não está em nossos planos absolutamente".
Além disso, também
será possível lançar jogos mais completos em recursos tecnológicos conforme
esta evolução em hardware acontecer nos celulares. Já estamos muito animados
para ver o que poderá acontecer nesse sentido.
Quando este filho da puta vai lançar jogos para PC e canibalizar a própria plataforma dos games? Resposta - Nunca
ResponderExcluirAssinado Pau Enterrado no Cu