Arte de SOTN significou mudança brusca no estilo da série
Poucos sabem, mas o sucesso de Castlevania: Symphony of the Night, para PSX e Saturn, se deve em grande parte a talentos femininos, acontecimento raro para março de 1997, época em que a indústria de games sequer reconhecia haver público feminino para seus produtos. Até então, nesse sentido, comemorava-se o fato de a revista Computer Gaming World ter descoberto, ao acaso, que 7% dos seus leitores eram mulheres.
Voltando a Castlevania, desde as origens da série até SOTN, os artistas responsáveis eram homens, que haviam criado os protagonistas dos games inspirados em algo como Conan, o Bárbaro.
Arte clássica de Castlevania, para NES, onde Simon Belmont se parecia com Conan, o Bárbaro
Eis que, no hit do PSX, entra em cena Ayami Kojima, para desenhar personagens em um escopo ainda não experimentado pela produtora. A um estilo mais próximo ao tradicional anime japonês, os personagens de SOTN traziam traços mais finos, menos músculos, roupas melhor costuradas e mais sensualidade.
Arte de Ayami Kojima trouxe delicadeza à arte da série
Como se não bastasse, toda a composição musical, que engloba músicas vindas dos primeiros títulos, porém acrescenta um solo completamente novo aos territórios da série em termos musicais, com instrumentos clássicos misturados ao rock. Cortesia de Michiru Yamane, que, ao contrário de Kojima, já possuía uma relação profissional com a Konami desde 1989.
Sucesso e influência
Com a grande recepção do público por SOTN, a Konami abriu caminho para frutíferas sequências, no GameBoy Advance e no Nintendo DS, com personagens, cenários e músicas que dão continuidade ao estilo do game de 1997.
Desde então, a Konami experimentou com artistas masculinos, como Juan Antonio Alcázar e Jose Luis Vaello, que trouxeram de volta a influência clássica dos quadrinhos ocidentais a Castlevania. No entanto, Symphony of the Night ainda mantém o título de Castlevania mais vendido.
Arte de Lords of Shadows retorna ao estilo mais clássico
Quanto à qualidade musical, as limitações de hardware dos portáteis da Nintendo não frearam a qualidade das composições, mas ficam devendo, obviamente, à música gravada em CD, comercializado até hoje mundo afora.