Afinal, como diabos isso pode ser considerado lazer?
Começa o dia do José Almeida no escritório.
E o seu carnaval, como vai ser?, pergunta Clotilde a Filomena.
Filomena: Ah, no (nome de lugar incompreensível para o cérebro do Almeida).
Clotilde: Nossa, lá é ótimo! Super chique mesmo, diferenciado.
Cérebro do Almeida: Então quer dizer que as pessoas conhecem isso, deve ser normal.
Filomena: Mas eu fui no bloco (nome de lugar incompreensível para o cérebro do Almeida) este final de semana, parecia bloco pago, gente bonita, super legal.
Clotilde: Nossa.
Filomena: Você tinha que ver no bloco do (nome de artista incompreensível para o cérebro do Almeida), minha amiga disse que foi e parecia o (nome de lugar incompreensível...), que estava demais.
Clotilde: Nossa.
Cérebro do Almeida: Ainda se usa falar "gente bonita"? Como assim, já tem essas coisas de carnaval acontecendo?
Como alguém teria energia para passar 5 dias no meio da rua depois da rotina opressora e violenta de trabalho que esse escritório impõe?
Almeida não entende. Ele tenta, mas isso custa uma energia que seu cérebro cansado, das 4 da tarde da sexta-feira, não possui.
O maior sonho do Almeida é dormir. Mesmo que tendo pesadelos com as tarefas da semana. O Almeida esperou segunda, terça, quarta, quinta e sexta para poder dormir.
O Almeida queria mesmo era ir pra cama às 11 da noite na sexta, acordar às 3 da tarde no sábado, abrir uma lata de cerveja e jogar um pouco de videogame.
Quer coisa mais normal que isso?
Experimente o carnaval. Faz o Almeida parecer um doido rebelde.
Normal mesmo é briga, droga, assalto, assédio, doença, fedor de urina, desconforto, mais assédio.
O Almeida, esse sim é louco.